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Entre os 150 professores da UnB listados no ranking Alper-Doger Scientific Index, cinco são da FEF

 

Por Millena Gomes*/Comunica FEF

 

Cinco professores da Faculdade de Educação Física (FEF) estão entre os 150 pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) que compõem a mais recente lista do Alper-Doger (AD) Scientific Index com os 10 mil cientistas mais influentes da América Latina. O ranking internacional é composto pelos pesquisadores mais citados nos últimos cinco anos. O meio de avaliação é o desempenho científico e a produtividade acadêmica de cada um. A FEF teve reconhecimento por meio dos professores Ricardo Jacó, Martim Bottaro, Ricardo Moreno, Lauro Vianna e Júlia Nogueira, além do egresso Michel Santos Silva. Confira a lista completa aqui.

 

Os cinco docentes ranqueados no AD Scientific Index 2021 contribuem ativamente para o desenvolvimento da pesquisa e da pós-graduação na FEF, estando entre os professores com maior produção intelectual dentro do Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF-UnB). Ricardo Jacó, que possui extenso currículo no magistério e mais de 130 artigos publicados, foi citado mais de 2.200 vezes no período de 2016-2020, segundo o Google Acadêmico. Com projetos que envolvem temas como câncer, Parkinson e idosos, inclusive com apoio do fundo de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o professor comenta que o reconhecimento é bem-vindo: “claro que a gente fica contente de poder fazer parte dessa lista e também servir como exemplo para outros profissionais”.

 

Alper Doger Scientific Index

 

Entre os professores da FEF listados, Martim Bottaro vem em primeiro lugar, com cerca de 4.400 citações entre 2016 e 2020, no Google Acadêmico, além de 215 artigos publicados. Responsável pela criação do Laboratório de Pesquisa em Treinamento de Força (LPTF), Martim é pesquisador da FEF com nível honroso em pesquisas no CNPq, o nível mais alto que um professor pode atingir. Para o docente, estar na lista é importante para mostrar o potencial da FEF e incentivar novos pesquisadores a se destacarem. “Outro ponto a ressaltar é que, devido a essa produção científica e esse destaque, conseguimos competir de igual para igual com outros institutos e faculdades por dinheiro para pesquisa e estruturação dos nossos laboratórios”, completa Bottaro.

 

O professor Ricardo Moreno também entrou para o ranking e conta com cerca de 1.700 citações no Google Acadêmico, entre 2016 e 2020, e 113 artigos publicados. Docente da FEF há 11 anos, Moreno destaca a atuação dos colegas que figuram a lista, mas reforça que a métrica de produtividade de índices como esse nem sempre contemplam todos que merecem reconhecimento. “Temos outros pesquisadores muito bons também que não figuram na métrica dessa lista, como as professoras Marisete Safons e Ana de David que são exemplos e com as quais a colaboração foi indispensável”, lembra. Além disso, agradece aos discentes dos programas de Mestrado e Doutorado que também fizeram parte dos anos de trabalho. O pesquisador atua principalmente nos seguintes temas: Treinamento Resistido, Envelhecimento, Sarcopenia, Teste de Esforço Cardiorrespiratório e Fenótipos musculares.

 

Os professores Lauro Vianna e Júlia Nogueira também compõem o ranking e possuem, respectivamente, 103 e 40 artigos publicados. No Google Acadêmico, entre 2016 e 2020, Vianna conta com cerca de 1.300 citações, e Nogueira, mais de mil citações. “É uma honra ter esse reconhecimento e, principalmente, contribuir para construção da ciência na América Latina e no mundo”, comemora Vianna. Para o professor, o resultado da FEF no ranking é fruto dos espaços criados pela instituição e o trabalho realizado pelos pesquisadores. “Diferente de 20 anos atrás, hoje podemos falar com tranquilidade que a FEF faz pesquisa de alto nível e muita qualidade, com reconhecimento nacional e internacional. Esse ranking reforça essa ideia que, a meu ver, é para além dos cinco professores listados. Temos um coletivo de professores com formas diferentes de fazer pesquisa de altíssima qualidade e que, infelizmente, esse ranking não consegue detectar”, observa.

 

Nogueira lembra que o ranking utilizado pela AD Scientific Index considera o número de artigos publicados e o número de citações. “Isso significa que o Grupo de Pesquisa em Promoção e Equidade em Saúde e o Grupo de Estudo em Saúde Coletiva e Educação Física, ambos sob minha coordenação, vêm produzindo material significativo para a comunidade acadêmica”, comemora. A professora faz questão de agradecer a todos os estudantes e docentes vinculados aos grupos pelo esforço em produzir conhecimentos e evidências que ajudam a promover a saúde numa perspectiva ampliada e coletiva. “Em se tratando de um contexto latino-americano, promover a saúde significa, inexoravelmente, denunciar e combater as iniquidades e as injustiças. Seguimos na luta”, completa.

 

Além dos docentes, a FEF também contou com o reconhecimento do trabalho do egresso Michel Santos Silva, que figura na lista como pesquisador vinculado à FEF. Hoje professor do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), Silva realizou doutorado na UnB sob orientação do Prof. Ricardo Jacó e atuou como pesquisador colaborador na nossa faculdade.

 

Para o coordenador do PPGEF-UnB, professor Pedro Athayde, “a pesquisa realizada na universidade pública e, portanto, também na FEF, deve estar diretamente vinculada às atividades de ensino e extensão. Mantendo esse vínculo, a pesquisa pode contribuir tanto no processo de formação acadêmica e humanista, quanto apresentar resposta a problemas sociais. No caso da Educação Física, especialmente aqueles vinculados à área da saúde”, diz. Segundo o coordenador, embora os sistemas de ranqueamento tenham limitações para mensurar a qualidade do trabalho de ensino e pesquisa realizados, ter docentes efetivos do programa de PPGEF-UnB apontados entre os 10 mil cientistas mais influentes da América Latina é motivo de muito orgulho. O feito também ganha importância diante do desafio de fazer o programa subir nas avaliações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e impulsionar e institucionalizar suas ações de internacionalização. Athayde destaca ainda o apoio que a FEF e a direção da faculdade dão aos laboratórios e grupos de pesquisa como fator essencial para contornar a falta de investimentos do governo federal na ciência e na pesquisa.

 

*Bolsista do projeto de extensão Comunica FEF.